Ponte Real
A Ponte Real sobre o Rio Ceira em Góis, ícone de Góis e um dos cartões postais da Região Centro, foi mandada construir pelo rei Dom João III em 1533.
Ponte Real de Góis (Pinhal Interior Norte), Coimbra, Centro © GEP
Rico patrimônio de Góis
A bela Ponte Real faz parte do rico patrimônio de Góis. Ao atraversar o Rio Ceira avista-se a bela capela do século XVII. Tanto a Ponte Real quanto a
Capela são classificados Imóveis de Interesse Público (IIP): Ponte sobre o rio Ceira e capela hexagonal situada a sul da mesma ponte, incluindo o seu recheio de talha
dourada (DG).
Capela do Mártir São Sebastião, em Góis (Pinhal Interior Norte), Coimbra, Centro © GEP
"Construída sobre o rio Ceira, frente ao centro histórico da vila, a ponte de Góis foi edificada em 1533. No século XVIII erigiu-se, na sua
extremidade oeste, uma pequena capela dedicada a São Sebastião.
A estrutura da ponte, de silharia regular, é formada por três arcos apontados em forma de quilha; o arco do meio possui maior vão e altura que os
restantes, ostentando nas guardas a jusante um relevo com o escudo nacional ladeado por cruzes de Cristo encimando esferas armilares.
Em 1868 a ponte foi calcetada de novo, o que originou a elevação do pavimento em 10 centímetros e conferiu ao tabuleiro a forma abaulada que possui
atualmente. Na mesma campanha de obras foram executados os passeios laterais.
A capela adjacente, de planta hexagonal centralizada, exibe tramos marcados por pilastras e rasgados por óculo polilobado. Na face principal
apresenta um portal de gosto barroco, flanqueado por pilastras duplas e encimado por cartela com volutas decorada com um conjunto de setas,
alusivas ao padroeiro São Sebastião. O conjunto do portal é rematado por frontão interrompido por óculo com cruz, ladeado por fogaréus.
Lateralmente ostenta, à esquerda, o volume da sacristia e, à direita, uma sineira assente sobre o pano murário. O interior do pequeno
templo é um espaço único coberto por cúpula com fecho de pedra. Exibe um púlpito de madeira policromada e, ao fundo, o retábulo de talha
dourada e policromada, rematado por resplendor segurado por figuras de anjos, que alberga as imagens de vulto de São Sebastião e de Nossa
Senhora da Conceição, de manufatura setecentista, e as dos santos Cosme e Damião, datadas do século XIX.
História
A ponte sobre o rio Ceira foi mandada edificar por D. João III em 1533, como atesta o alvará promulgado a 20 de abril desse ano, através do qual
o monarca encarregava Simão Fernandes, escudeiro-mor da vila de Recardães, de "Veador [da obra] e Recebedor do dinheiro da pomte que tenho
mandado fazer na Villa de Guoes". A obra da ponte revestiu-se da maior importância, uma vez que até então o rio era atravessado a vau.
A data de fundação da Capela de São Sebastião permanece desconhecida; sabe-se que em 1708 Manuel Dias Ourives instituiu um vínculo destinado
ao culto na mesma, por disposição testamentária, não se sabendo se o edifício existia já à data.
No entanto sabe-se que à época da sua construção, o local onde se implanta o templo marcava uma das entradas da vila. Este tipo de localização
era comum a muitas igrejas dedicadas ao santo mártir; uma vez que São Sebastião protegia as populações contra a fome, as pestes e a guerra,
as capelas que lhe eram dedicadas erguiam-se à entrada das povoações servindo como "barreira protetora" das mesmas.
Em 1810 o edifício sofreu um incêndio, deflagrado pelas tropas de Massena, durante a terceira invasão francesa, sendo restaurada em 1850.
Catarina Oliveira. DGPC, 2016"
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